Acho que nunca estive perto da pobreza. Concluí isto quando comecei a procurar uma imagem para postar no blog, sem antes mesmo ter escrito algum texto.
A minha idéia inicial para o texto sobre a pobreza era traçar um paralelo entre a pobreza espiritual e a pobreza material e, de certa forma, mostrar que são mais pobres os que não têm grandeza espiritual...
Mas, ao me deparar com esta imagem que escolhi, desisti. Porque, também concluí, que eu não tenho nenhuma grandeza de espírito para compreender esta desigualdade.
Já reclamei de fome sem nunca a ter sentido. E vivo insatisfeita com minhas conquistas, com meus sapatos que nunca acho suficientes para ir às festas, às reuniões, ao trabalho, aos almoços e jantares. Almoços e jantares que, certamente, as migalhas da minha mesa, seria farta ceia no estômago vazio deste menino.
Sinto-me envergonhada. Sinto-me impotente.
A imagem mostra os seus pés. Seus nobres sapatos foram produzidos com garrafas plásticas e tecidos velhos. São seus pés... Tão fixos no chão, como os pés de quem não quer voar. Não pode voar.
Meus olhos já lacrimejando, choram as lágrimas de quem se sente culpada por carregar este meu sorriso sem vergonha de quem nunca notou a sua dor. Enxergo seu rosto cansado, com fome de pão, com fome de atenção, com fome de amor. Seus olhos me imploram um pouquinho de mim, da minha compaixão e o mundo que eu sempre tive nas mãos, desabou.
Nobreza é andar de pés no chão.
Voar rasteiro a terra sem almejar o céu como a última estação.
Ser nobre é ter olhar doce enquanto o organismo está em guerra pela falta de pão.
E talvez, pobreza de espírito, seja julgar-se bom, nobre e cheio de compaixão quando na verdade nem se sabe o que é, de verdade, triste e ruim.
A minha idéia inicial para o texto sobre a pobreza era traçar um paralelo entre a pobreza espiritual e a pobreza material e, de certa forma, mostrar que são mais pobres os que não têm grandeza espiritual...
Mas, ao me deparar com esta imagem que escolhi, desisti. Porque, também concluí, que eu não tenho nenhuma grandeza de espírito para compreender esta desigualdade.
Já reclamei de fome sem nunca a ter sentido. E vivo insatisfeita com minhas conquistas, com meus sapatos que nunca acho suficientes para ir às festas, às reuniões, ao trabalho, aos almoços e jantares. Almoços e jantares que, certamente, as migalhas da minha mesa, seria farta ceia no estômago vazio deste menino.
Sinto-me envergonhada. Sinto-me impotente.
A imagem mostra os seus pés. Seus nobres sapatos foram produzidos com garrafas plásticas e tecidos velhos. São seus pés... Tão fixos no chão, como os pés de quem não quer voar. Não pode voar.
Meus olhos já lacrimejando, choram as lágrimas de quem se sente culpada por carregar este meu sorriso sem vergonha de quem nunca notou a sua dor. Enxergo seu rosto cansado, com fome de pão, com fome de atenção, com fome de amor. Seus olhos me imploram um pouquinho de mim, da minha compaixão e o mundo que eu sempre tive nas mãos, desabou.
Nobreza é andar de pés no chão.
Voar rasteiro a terra sem almejar o céu como a última estação.
Ser nobre é ter olhar doce enquanto o organismo está em guerra pela falta de pão.
E talvez, pobreza de espírito, seja julgar-se bom, nobre e cheio de compaixão quando na verdade nem se sabe o que é, de verdade, triste e ruim.
5 Recados:
"São seus pés... Tão fixos no chão, como os pés de quem não quer voar. Não pode voar."
A impotencia diante das realidades incompreendidas ferem nossos olhos seletivos, fincados em nossos próprios umbigos.
Sensibilidade é uma característica de tudo aquilo que você escreve, sempre colocando as letras com verdade, sem se preocupar com méritos, completamente despreendida de egos, e por isso mesmo tornando-os mais próximos do que cada um de nós deveria enxergar.
Lindo!
Seja bem-vinda!
Que texto lindo!
"nobreza é andar de pés no chão"
Nem precisa dizer mais nada depois disso...
Esse texto tem um estilo que gosto muito. É o tipo de texto que quebramos aquela barreira entre o escritor e o leitor. Sempre que lemos algo, nos interagimos com a história e nos esquecemos que existe uma mente pensante e um coração pulsante por trás. Aqui, esse véu fica para trás e torna-se um desabafo... uma conversa franca.
Adorei o texto! O desabafo.
£!
http://fp-world.blogspot.com/ visitem e comentem e sobre o mesmo tema
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