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Cartão de crédito




Ele é uma desgraça na minha vida. Acabou com todo meu dinheiro. E acabou com os meus sonhos. Você deve estar pensando que eu sou uma louca. Como um cartão de crédito pode fazer tanto mal a uma pessoa? Mas é isso sim. Ele foi uma derrota que ainda não consegui esquecer. Então tudo bem, vou explicar o que aconteceu pra você não ficar pensando que estou esclerosada.


Trabalho num órgão público. Pessoas passeiam pra cima e pra baixo todos os dias. Então nesse dia, eu já tinha esbarrado com milhares de pessoas tentando ir embora o mais rápido possível. Entrei no meu carro, fechei a porta, encostei a cabeça. Estava muito cansada, precisava de férias. Coloquei a chave na ignição e no momento que tentei sair, o carro que estava estacionado em frente deu uma ré e bateu na frente do meu carro. Fiquei louca! Coloquei as mãos na cabeça e não acreditava que aquilo estava acontecendo comigo. Logo naquele dia em que nada estava indo bem! Fiquei na mesma posição mantendo os olhos fechados. Ouvi um toque-toque no vidro do meu carro. Abri os olhos esperando mais problemas. Abaixei o vidro e vi uma pintura na janela do meu carro. Ela, a pintura, olhava dentro dos meus olhos. Fiquei enfeitiçada. Quando vi já estávamos fora do carro, ele com a mão na minha cintura e com a língua dentro da minha boca! Está certo, eu sei o que vocês estão pensando, mas não sei contar como isso foi acontecer! Fiquei bêbada ou doida, pois não sei dizer o que houve. Gente, ele era lindo demais. Devia ter uns 22 anos, forte, moreno, sorridente e com uma boca indescritível. Imagina, eu, uma mulher de 35 anos, noiva, quase casada, beijando um rapazinho de 22 aninhos que bateu no meu carro no estacionamento. Loucura, né?


Saímos algumas vezes. Tive que dar o meu telefone pra ele, até porque tinha que pagar o meu prejuízo. Mas tudo começou a desandar a partir daí. Como ele estava pagando o conserto do meu carro, e ele era estagiário lá onde trabalho, – então não ganha maravilhas – eu paguei os motéis em que ficamos. Pronto, falei!


Numa segunda-feira, saímos pela última vez. Não podia continuar com esta história. Eu tenho um noivo. Ou melhor, tinha! Fiz uma burrada! Usei cartão de crédito todas as vezes que fomos ao motel. Acabei usando sem querer o cartão de crédito adicional do meu noivo. Pensei que fosse o meu, mas não era. Nisso, chegou a fatura com todas as vezes que fui ao motel. Não tive como mentir. Brigamos feio. Ele me disse coisas horríveis e eu não tive como me defender. Sei que fui errada, pisei na bola como dizem por aí, mas pensei que fosse apenas uma aventura. Uma aventura que destruiu tudo o que eu sonhava.


Coloquei toda a culpa no cartão de crédito. Eu precisava culpar alguém por isso. Não podia levar esta culpa sozinha. Quebrei o cartão em mil pedaços e joguei pela janela do meu quarto. Minha família ficou sem entender o motivo do término do noivado. Ele não disse nada e eu inventei uma historinha.

Eu estou aqui sozinha. Ontem saí com algumas amigas e o vi lá com outra menina, mais nova. Eu cheguei, ele saiu e pagou com o cartão de crédito. O cartão que ele fez pra mim. Fiquei arrasada. Eu paguei o cartão antes de quebrá-lo e percebi que o cartão de crédito é uma desgraça mesmo. Não quero mais saber dele. Acabei com todos os meus. Uso apenas o débito. Espero que você faça o mesmo. Eu sou prova viva de que ele um dia acaba com sua vida.

Em busca da terra do nunca


No que devemos acreditar?
Acredito no sonho realizado,
Nas promessas cumpridas,
Numa vida feliz.

Acredito no ar mais puro,
No olhar menos crítico,
No coração verdadeiro,
Na vida mais simples.

Acredito nas palavras sinceras,
Na amizade distante,
No reino mais justo,
Que a vida é bela.

Acredito no amor incondicional,
Na viagem perfeita,
Nas boas notícias,
Na inocência do pré-julgado.

Acredito nas boas intenções,
Que as aparências nunca enganam,
Que o céu é azul
E acredito na terra do nunca.

Cuidado com o que você divulga




Novamente mais um namoro acabou. Este foi um pouco difícil para terminar, mas como sou muito eficiente, consegui encontrar um grande motivo para acabar de vez com todo este sentimento ridículo, mesquinho, sofredor. Eu diria que o amor é uma droga que vicia, que pode matar e te faz envelhecer quando não correspondido. Fico muito contente quando presencio uma cena de término de namoro. Eu atuo no combate ao amor. Mas deixa eu te contar como eu fiz para destruir com este namoro que tinha tudo para dar certo.

Tudo começou com uma ardente paixão. A paixão não me interessa porque em algum momento ela acaba. O que me mata de ódio é que alguns casais conseguem transformar esta ardente paixão em amor. E este casal conseguiu.

Passaram-se três meses e as minhas tentativas foram todas frustradas. Percebi que um era ciumento e fiz o ciúme dele aumentar. Coloquei coisas na cabeça dele que nunca aconteceriam. O outro tinha receio de que sua família descobrisse que aquela amizade não era tão simples como demonstrava. Partir para cima com tudo. Criei várias possibilidades de cenas de ciúme e de que a família soubesse da verdade. Consegui apenas algumas discussões, briguinhas bobas. Conseguiram contornar todas as situações que eu criei até então.

Você sabe que as palavras são extremamente eficazes na destruição de um namoro. Elas não se cicatrizam com facilidade. Machucam com extrema profundidade. Algumas nunca são esquecidas. E foi esta tática que utilizei para intervir no crescimento deste sentimento tão nobre. Deixei com que se conhecessem melhor para criarem intimidade. Criei situações para que um pudesse demonstrar ao outro seu caráter, sua entrega, sua confiança e seriedade. Então permiti que os dois se conhecessem intensamente.

Desgracei com a vida deles. A intimidade é muito boa quando é usada para a bondade, mas é melhor ainda quando a utilizo para a maldade. As discussões se intensificaram, o seu teor ficou mais sincero. A cada discussão armas mais potentes eram utilizadas e as ofensas eram destiladas como veneno. Um relacionamento que era tão completo e seguro em sua formação, estava cheio de emendas, de pedidos de desculpas e reinícios. Mas estava difícil reiniciar ou perdoar quando não tinham a solução para cicatrizar as feridas causadas pelas palavras lançadas.

Cavaram um buraco e esqueceram de pensar numa maneira para sair dele. E foi neste momento que eu obtive sucesso. Fui lá e dei minha cartada final. O sentimento que unia os dois não era mais visível. Ali só existia rancor, o que me deixou com um largo sorriso. Foi difícil, mas sou profissional e tenho todas as habilidades para concluir uma tarefa com êxito. Foi quase um ano de luta para conseguir esta façanha. Um ano perdido para eles. E será tempo perdido para o tolo que ousar experimentar tal sentimento. Pois toda vez que eu sentir o cheiro nauseante deste sentimento que evito citar o nome, eu estarei lá.

Você quer saber quem sou eu? Sou a inveja que as pessoas sentem ao ver a felicidade dos outros. Sou a inveja que seus “amigos” sentem quando você está radiante, realizado. Sou a inveja que vem da sua família quando percebe que você é correspondido sentimentalmente por alguém. Sou sempre a inveja, independente de onde vem. Instalo-me em quem me der brecha e uso quem quer que seja para alcançar tanto o mais alto como o ínfimo objetivo que traço.

Vale lembrar que sou atraída por você. Você é quem divulga sua felicidade, faz propaganda da sua fraqueza, do seu sonho realizado, do seu amor conquistado. Depois eu vejo você chorar e dizer não saber como isso tudo aconteceu. Esta parte me emociona, pois vejo como sou discreta, sempre despercebida. Cuidado alguém muito perto de você pode me dar brecha e logo não me responsabilizo por meus atos.

A incógnita do mar da morte


Em nossa época, vende-se a ilusão de que é possível controlar com pílulas sentimentos tão intangíveis como a melancolia ou a tristeza, prender a juventude à força de bisturis e cosméticos, prescindir da tradição e construir-se a si mesmo sem dever nada a ninguém.


A morte nos lembra que há algo de errado nesta equação.


Podemos transformar o corpo, mas não evitamos que ele morra.


Podemos decidir entre marcas na prateleira, mas não decidimos deixar de morrer.


Podemos fazer nossas próprias regras, mas entre elas não está viver para sempre.


O ser humano, o ser ‘pensante’ tenta controlar o universo, sempre evoluindo em suas descobertas, mas a morte nos confronta com a questão fundamento do nosso limite.


Ela é o limite, barreira intransponível.


Esse desconhecido gera inúmeras questões e infinitas teses.


Alçamos vôos inacreditáveis, mas ainda não conseguimos mergulhar nesse mar de incertezas.


O tempo da morte não corresponde ao nosso, em alguns casos conseguimos entender esse cronograma peculiar, mas este calendário não contém ano, meses, semanas e dias...


Só sabemos que existe um início e um fim.

Eu





sou muitas coisas ...
solto pérolas pelo ar ...
alguns amigos adoram catar pra divulgar ...

adoro ler, escrever, me comunicar
não vivo sem música, é o meu ar
não conto piadas, mas faço palhaçadas
não sou de chorar
se quiser rir fale comigo
a melhor coisa é me ter como amigo

tento ser menos aventureiro
tenho que parar de me arriscar
não gosto do silêncio
sempre penso em mudar

não tenho vergonha de mim
me mostro sexy, sujo, doido
tenho muitas teses
crio as sem pensar

sou como as ondas do mar, na sobriedade
sempre a mesma coisa, estável
sou como as nuvens no ar, na cachaça
mudo a cada olhar

sou esta merda de pessoa
merda pra você, bosta!

Viva as novas experiências



Acordou desesperado e nu. Suas roupas jogadas no chão. Observou que a porta estava entre aberta e se sentiu desprotegido. O tempo estava claro, já era dia. Ouvia uma música, mas não sabia de onde vinha. Reparou que sobre sua cueca havia um recado que dizia: Viva as novas experiências! O valor que ela me cobrou não chegou perto do que você me proporcionou. Ela, a sua novidade, você, a minha.


O motorista ficou pronto. Estava de calça jeans escura, tênis branco e uma camisa larga. O cabelo não necessitava de pente, bastava passar as mãos e estava pronto. Estava nervoso com seu primeiro encontro feito às escuras. Não conhecia o local, nem a pessoa. A expectativa de não saber nada era excitante. Viu apenas fotos. Há muito, mesmo que não precisasse pagar alguém para transar, essa odisséia fazia parte de seus planos. Tudo foi tratado de uma forma muito profissional. Numa única ligação tudo foi acertado.


Chegou mais cedo ao local marcado. Não subiu e preferiu dar mais uma volta. Atrasou propositalmente cinco minutos. Respirou fundo e tocou o interfone. Assim que ouviu o som da porta quando fechou, o motorista virou-se e a viu com todos os detalhes que as fotos não mostraram. O lugar não cheirava a sexo, como pensara. Tinha o perfume dela. Não sabia dizer se era bom ou ruim, mas o excitava. A prostituta sorriu e disse nunca ter recebido um cliente tão belo. Agarrou-o pelo pescoço e ele sentiu o cheiro doce de seu batom. Segurou suas pernas com as mãos e apoiou as costas dela contra a porta. Ela usava saia e não parecia vulgar. Uma mão pesada e masculina tocou seu ombro. O motorista desvencilhou sua boca da dela e ela encostou os pés no chão. Aos poucos ele virou seu corpo e viu seu patrão, ali, parado em sua frente vestindo uma calça jeans e com o peitoral pouco peludo a mostra. O motorista sorriu, não questionou sua presença e disse que não dividira a mulher. Mas quem disse que ‘seu patrão’ queria a mulher? (...)


A prostituta se encontrava na mesma posição que o motorista a tinha deixado. Ela segurou os dois pelas mãos e pediu pra que ficassem apenas de cueca deitados na cama. Ela lentamente começou a tirar peça por peça das roupas que vestia. A cada peça ela dava uma ordem. O motorista estava fascinado por ela, e obedecia sem questionar. Ela era sexy e segura de si. Todas as coisas funcionavam como num círculo vicioso (...).


Ele esquecera a família, os filhos e inclusive sua esposa – anos dormindo com a mesma mulher – pensou o motorista. O patrão parecia enlouquecido com sua presença e não observava a sensualidade daquela bela loira. O motorista não entendia por que ‘seu patrão’ o beijava no pescoço, alisava seus cabelos, acariciava seu corpo. Mas não reclamou, estava um clima gosto so e excitante. Para seu patrão ele era o prato principal, a prostitua apenas um subterfúgio.


Ao ler o recado, um filme da noite anterior passou pela sua mente. Desejou que aquelas horas voltassem para que pudesse reviver o prazer de ser o centro das atenções. Não há nada mais excitante!

CENA I – sexo pra fazer as pazes



Hoje pude sentir, depois de uma perfeita noite de amor, como um sono calmo e tranqüilo pode fazer bem. Pude também analisar o sono de quem eu amo, reparando em cada suspiro, em cada movimento. Tinha certeza que meu dia seria perfeito... Já tinha começado! Fomos à praia, depois a um restaurante. Programamos de sair à noite, pois adoramos dançar, encontrar os amigos... No caminho as coisas começaram a não mais ser como o envolvente dia! Discutimos antes de sair de casa, pois eu não estava com a roupa do seu gosto, mas quando encontramos os amigos as coisas mudaram e tudo voltou ao normal. Dançamos, beijamos, rimos, conversamos! O lindo casal, como todos chamavam, era naquela noite exemplo para todos... Exemplo de simplicidade, cumplicidade, relacionamental e felicidade! Esqueci de falar que bebemos muito e isso veio a prejudicar depois de um tempo.

Na hora de ir embora saí na frente direto para o estacionamento. Quase fui atropelado por um carro, que rapidamente abriu a porta e foi conferir se eu estava bem. Quando me viu, ao sair do carro, me agarrou e me beijou! Lembrava daquele gosto, daquela língua, daqueles lábios... Abri os olhos e vi! Era um ex-amor! Um passado desaparecido, e até mesmo enterrado até aquele momento! Mesmo estando fora de mim, percebi que aquilo que estava acontecendo era errado, empurrei e pedi para que parasse. Estava mais fora de si do que eu.








Já cheguei em casa brigando. Discutimos, dissemos palavras que machucam, sem pensar no sofrimento que elas poderiam causar. Do nada veio tentar me bater, eu segurei e respondi com uma bofetada! Logo percebi que errei três vezes. Primeiro, contei sobre o acontecido no estacionamento. Nem tudo o que acontece devemos contar. Segundo, fui violento. Isso é sem comentários. E terceiro, mandei com que fosse embora de minha casa! Tudo isso sem pensar nas conseqüências! Chorei muito, muito, muito... Senti muito a sua falta! Até que um dia apareceu para pegar as suas coisas e quando abri a porta, instantaneamente uma lágrima correu. Agarrei e dei-lhe um beijo! O melhor de todos dado até hoje! O melhor sexo feito! Tudo com vontade, com amor, sentimento e tesão. O sexo pra fazer as pazes é o melhor que tem. A entrega é total!

Você não soube me amar


Hoje eu descobri que sempre estive aqui
Sempre presente, sempre disponível,
Sempre, a todo tempo, esperando uma atitude
Sonhando com a sensação deste dia.

Dei dicas de como me agradar
Falei o que eu queria ouvir
Mostrei o que eu queria ganhar
Optei por você sem te esconder

Seu número nunca saiu da lista de chamadas
Seu cheiro me acompanhava
Inúmeras cenas de ciúmes
Eu sempre te bloqueava
Só pra te ouvir pedir
Pra te ouvir chorar

Oportunidades não faltaram
Fui vários pra te encantar
Minhas ações se calaram
Ao ver que não possuía respostas pra me dar

Dei as costas e voltei a caminhar

Sentiu diferença no meu olhar
Não adianta mais esticar as mãos
Não vai mais me alcançar
Dentro de pouco tempo
Serei apenas aquele momento
Você nunca ficou atento
Nem acompanhava o meu movimento
Agora distante dou um cumprimento
Sem observar seu rosto
Pra não sentir o teu arrependimento.

Em banho maria



gosto de alguém
que apenas me trata bem.
me liga, me manda mensagem,
diz que está com saudade
e esquece do meu aniversário.

gosto de alguém
mesmo não querendo gostar.
me beija, me abraça,
me deseja, me enlouquece
mas não me quer.

gosto de alguém
que sabe me olhar
mas não sabe me sentir
e muito menos me corresponder.

gosto de alguém