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Talvez me falte

As noites de inverno no Sul de Minas são um tanto frias.

Mesmo que o Sol venha agraciar as tardes que adormecem vermelhas nos braços da noite prateada de estrelas...

Parece faltar algo... Parece faltar alguém...
Talvez alguém que divida comigo a graça do amanhecer sem os travesseiros na cama e o corpo descoberto pelo calor que só existe dentro de mim....

As manhãs de inverno no Sul de Minas também são frias...

Falta alguém que eu possa declamar meus versos enquanto me desfaço em chamas que aquecem meu coração.
Falta alguém para ver filmes e comer pipocas...

Para ouvir músicas e ter de quem lembrar com o gostoso aperto de saudade no peito.

Falta uma ligação no meio da noite pra dizer que estava a sonhar com o nosso amor.

Falta um tom de voz mais grave no meu ouvido a instigar meus desejos secretos.

Falta um abraço, às vezes amigo, quase sempre entregue, mas... Sempre disposto.
Falta um beijo para silenciar as minhas muitas palavras sem nexo nas horas de agonia e aflição.

Me falta uma mão...
Uma mão junto à minha...

Andar de mãos dadas pelos cantos deste mundo, sem leste, sem léguas... Para sentir que há, de verdade, alguém ao meu lado. E sentir que eu estou, de verdade, ao lado de alguém.
Talvez me falte um amor. Talvez me falte... namorado.

Dia qualquer

Não passa de um dia, assim como aniversário, ano novo ou dia das mães. Um dia qualquer. Se realmente pararmos para pensar, todas essas datas são tão vazias, são apenas datas. Nosso comportamento é falso, pois em dias como esses nós mudamos nosso comportamento. Pensamos nas coisas erradas e certas que fizemos. Planejamos os próximos passos, almejamos conquistas e ponderamos deslizes.

Não quero ser esse tipo de pessoa. Quero ser aquela pessoa que faz isso a cada dia do ano. Não vou aparecer no horário, com um presente na mão, sendo que me atrasei todos os demais dias do ano. Não abrirei a porta do carro para você descer no momento em que chegarmos a um restaurante requintado. Pois não quero ser esse tipo de pessoa.

Não lhe darei um cartão meloso e repleto de promessas. Nem mesmo irei de bom grado naquele almoço de família e ter que agüentar a sua mãe falando que eu engordei e que eu preciso me cuidar. Não sou esse tipo de pessoa.

Você não vai provar um beijo diferente no dia de hoje, nem mesmo beber uma taça de vinho tinto de uma safra italiana produzida num ano que nem mesmo o meu avô tinha nascido. Hoje não! Pois eu não sou esse tipo de pessoa.

Você me conhece, afinal, namoramos há tanto tempo. Você sabe que tipo de pessoa eu sou. Então, meu amor, na data de hoje, vamos pedir uma pizza e beber coca-cola no sofá da sua casa. Você me conhece. Todos os dias do ano eu cheguei no horário, diversas vezes apareci com um cartão meloso ou um presente nas mãos. Não paro de criar planos ao seu lado, assim como não paro de cobri-la de beijos. Uma vez a cada quinze dias eu passo o dia com a minha segunda mãe e ela sempre se preocupa com a minha saúde. Não teve um só dia em que você entrou no carro sem que eu lhe abrisse a porta, salvo uma vez ao mês quando vamos ao restaurante requintado e o manobrista faz isso por mim.

Você me conhece, e sabe que o que sinto por você é maior a cada dia, não apenas maior no dia de hoje. Você me conhece tão bem, que sabe que eu estou com ressaca daquele vinho do século passado que tomamos ontem. Então, sente aqui do meu lado, vamos ver que filme está passando, pois a pizza logo vai chegar e eu quero você por perto para comemorar o dia de hoje, afinal, não passa de um dia qualquer. Feliz dia dos namorados, meu amor!

Danielle



(para ler em voz alta)

Danielle Danielle. Esse era o som que o cavalo fazia quando andava. Danielle. Ela não gostou do som. Danielle Danielle. Mas as patas do cavalo tocavam o chão e faziam Danielle. Ela fez cara feia e disse que não era um cavalo. Perguntei se ela não sentia o som. Danielle era o som da pata do cavalo tocando o chão.

Do mesmo modo que Cecília é um sussurro no ouvido, Clarice, uma gota d’água caindo, Lourdes, a água do chafariz e Natália, um tapa na cara, o cavalo andava e Danielle ecoava.

Se fizéssemos silêncio, verias que é um som bonito. Só que palavra não se vê nem se escuta, se sente. E teu nome é uma palavra. E está entre as mais bonitas. Você não sente, Danielle? Sinto muito – ela disse. E ainda me acusou de sentir demais.

Danielle Danielle. O cavalo se aproxima, balançando sua crina. Montada nele, com seu vestido longo e pomposo, a princesa dos olhos azuis de piscina e cabelos loiros de platina. Danielle, sente as cores? Consegue sentir a rima? Ela ria de mim, mas não pude parar: Te adoro, Dani, minha menina.