Faço só. Faço Sol.


Quando acaba o encanto e o entusiasmo de "nós", entra a singularidade solitária do "eu".


E se não fosse esta vontade inquieta e gulosa de ser feliz, já teria entregue tudo nos braços desta que me acompanha dias a fio, sem se cansar de mim, sem me abandonar... Esta solidão.

Nossos erros foram vitais e nosso livro não chegou ao fim. Fechamos a página quando líamos a última frase do capítulo cinco. O último ponto final que vi, pontuava a palavra sozinha.

Nossa música pausou. E no silêncio que agora há, percebo que já estávamos sós, com nós e eram muitos nós!

Talvez a solidão pague a conta desta vontade de terminar o livro. E talvez, ela te faça encontrar suas asas. Juntei todas as penas que sentia de mim e bati minhas asas.

Trago a solidão agarrada neste meu coração que cabe tanto sentir em vão.

E eu quero o Sol. Vôo e vôo alto.

Voando só, batendo minhas asas.

Tudo que hoje desejo, faço só.

E se não ver a luz e não sentir o calor, eu faço o Sol.



2 Recados:

Anônimo disse...

É... as vezes é assustador qdo nos descobrimos "sós". Mas o mais assustador é descobrir que, mesmos sós, nunca estamos sozinhos. Temos sempre um pouco do outro, da experiência que nos atingiu, enfim, somos apenas uma parte. Mas o assustador de verdade é não sabermos por que, em sendo parte, ainda assim nos sentimos sozinhos.
Grande abraço, amiga!!!
Juuuuuu :)

Leonardo Pezzella disse...

Muito bonito, Débora...
Enquanto "nozes" embarcamos na profunda solidão, você já nos trás o sol e mostra o início de uma recuperação.
Ótimo contraste em relação aos textos anteriores, parabéns!

bjs!
£!