Renúncia


Pertenço ao ventre órfão da saudade
Apenas observo a queda
Angustio curvas da consciente agonia
Alivio acenos e sussurros
Este chão encarde as percepções
Neste chão perambulo meu ócio
Sinto falta do concreto absurdo
Guardo-me íntegro feto do ventre só

Renuncie a negatividade da posse?

Optar tecer folhas nos olhos alheios
Se pensar ausência de outros,
Lhe diria estar pintando novas espécies
Daí rompendo as certezas
Severo em atitudes
A intuição distante:

A solidão explica os versos.

5 Recados:

Liza disse...

cada dia melhor... esse aí superou aquele da morte, que até então tinha sido a sua obra-prima (na minha percepção).

8)

você foi uma ótima aquisição pro blog, talvez até a melhor. (rs)

Caio disse...

Liza, não entendi.. não vi frase nenhuma do Caio Fernando no seu perfil do blogger..

Caio disse...

é verdade! essa frase é muito foda, pra mim o livro podia ter acabado ali.. só que você tirou a indagação essencial: "agora faço o quê?", hehe

sobre as coisas em comum, provavelmente, todos temos até demais: as coisas em incomum, essas sim são interessantes

Carlos disse...

"Renuncie a negatividade da posse?"

Sim a solidão explica os versos...Acho que o ponto em que tocou foi essencial...perfeito...de um questionamento existencial fora do eixo comum.

Incrível o olhar lançado no tema!

Cecília disse...

Natacia! Meus parabéns!
Tava vendo teus textos do In versos e os teus daqui, e estou admirada com teu talento e o quanto cada texto teu é forte e marcante!
O blog está muito bom, vou acompanhar sempre que possível!
Beijos!