Pauper
Daquela casa ouvia-se apenas os gritos
De um medo que sempre penetra
Entregam pois, as folhas abertas despidas de esperança
E gemem os pratos suspensos de nada colorido
Assim celebram-se as manhãs
De mãos rasgando a nudez de corpos magros
Recolhendo a surpresa da fome por ossos
Ainda não aprenderam a morder a língua e gritar pra dentro
Errei ao dar luz crias
Perpetuando sementes minguadas
Deixo o cansaço os criar
Sobre tijolos em falso
Nos basta não ter
De línguas e dentes cultivam miséria
Rezam os grandes nos próprios umbigos
Ninando a distancia que pesa
Com os pequeninos
A noite apaga o branco
Puxo destas verdades incoerentes
Faço aliança a impotencia
Da tua lágrima se enxerga o mundo.
6 Recados:
Sabe, eu teria muito a comentar, mas... isso me calou.
"Da tua lágrima se enxerga o mundo."
Brilhante. Parabéns! ;*
"Ainda não aprenderam a morder a língua e gritar pra dentro"
...maravihosamente,perturbador ...
"Rezam os grandes nos próprios umbigos
Ninando a distancia que pesa"
Resumiu aqui 'o todo'...perfeito!
Meio difícil não se emocionar...lindo!
Cada vez melhor!
Maravilha!
Sensibilidade exalando aos poros!
nunca fez tanto sentido...
adorei...
8)
Realidade imperdoável, palavras muito bem escolhidas.
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