Maktub


O homem sente que o tempo flui
O homem sabe, que ainda que turvas, as respostas vem e vão
E que não existem normas específicas para vida e morte
Morrer é no ato do romper do ciclo
A escolha daqueles que muito ouvimos falar e nada conhecemos
Pois eles, certos ou errados, mandantes ou encarregados, anjos ou demônios cortam nossas correntes
E nos levam de nós
Se termina ou se começa em outro canto
É pergunta milenar

O homem sente que sua família, suas mãos e sua época são impregnados de outros nomes
Nomes dos quais não se lembra, mas a intuição aguça...
Ele lembra do cheiro das romãs, do gosto da graviola e do toque de seus filhos de outrora
Ele vê familiaridade na voz da jovem
Ele ouve pela segunda vez a mesma frase...ouviu quando a primeira?

Ele desejou por tantas vezes aquele desejo e só lhe trouxeram tão depois...

Um dia, o homem sente que encontrou o improvável, o absurdo, o extra-essencial
Ele sente então, o encontro do novo, e se recorda nitidamente que o novo é rastro preparado
Por mãos de quem?
Ele sente que os passos rumo ao extemporâneo o desafiam
Porque ainda que contido, o homem sente o quão além de nós mesmos estamos nós.

3 Recados:

Edina Regina disse...

A inexplicavél experiência do viver e principalmente a difícil tentativa da inovação ,sendo que a vida se repete e se confunde com tramas e teias de vidas que sequer sabemos se vivemos ou se estão apenas em nossas sensações....que não se sabe onde realmente começa, dirá quando se finda...lindo...

Liza disse...

"o novo é rastro preparado"

e a gente sempre busca um motivo para as coincidências e os caminhos que se cruzam.

Lana disse...

Caramba! Me vi neste aí! ahahah
Não sei o critério que você usa pra transmitir tuas palavras, mas funciona e sensibiliza muito...